quarta-feira, 28 de julho de 2010

SICILIANO












Marpesa vestida de Dolce & Gabbana, 1987. Fotografia de Ferdinando Scianna/Magnum Photos.

“Lucia Magi - Giuseppe Fava [jornalista assassinado pela Máfia em 1984] escreveu que a sua relação com a Sicília o faz sentir-se como alguém perdidamente apaixonado por uma prostituta. A paixão te cega, mas racionalmente a rechaças.

Ferdinando Scianna – Assim é. Por isso, da Sicília não sais. Da Sicília, foges. Não só isso. Ela é violenta, como o sol. Ali aprendes, desde pequeno, a se esquivar da luz do sol, porque ela te assa os pés e machuca os olhos, assim deves buscar a sombra. Por ter nascido ali, vejo o mundo como um choque de luz e sombra, branco e negro, um contraste bruto, sem cinza. Cartier-Bresson me confessou que considerava o momento ideal para tirar fotografias uma manhã com luminosidade velada, timbres matizados. Eu não consigo imaginar isso! Minhas fotografias, inclusive as de moda, são um exorcismo da luz desapiedada da Sicília.”

Ferdinando Scianna a Lucia Magi para o Babelia do El País, 24 de julho de 2010.

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