terça-feira, 18 de janeiro de 2011

MEU PARANÁ

Fonte: Silvia Amorim in O Globo, 17 de janeiro de 2011.

Depois da tragédia, o Paraná. Na calada da noite de 2010, no apagar das luzes de um ano moribundo, eis que o sr. Roberto Requião, líder do PMDB Velho de Guerra, aquele PMDB de raiz, de lutas, de princípios e o sr. Álvaro Dias, líder de um PSDB porta-voz no Jornal Nacional de todas as críticas ao governo do PT, a um Lula estatista, gastador, perdulário, eis então que uma estranha pororoca aconteceu: estes homens se juntaram, se fundiram, viraram um só – ao lado de outros sete ex-governadores ou viúvas de ex-governadores do Paraná, como por exemplo o surpreendente Jaime Lerner – fantástico, Requião e seu arqui-inimigo enfim sós!! O Paraná poderia parar por aí. Não parou. Meu Paraná não para. Um dia ele quer chegar lá! Há uma terceira água a desaguar nessa catarata. Trata-se do atual ocupante do Palácio Iguaçu. Como que para fazer jus ao nome do rio, este vem forte, caudaloso, audaz. Nem bem foi empossado novo governador do Paraná – e futuro membro desta confraria – eis que o governador Beto Richa nomeou sua mulher, seu filho mais novo e seu irmão – até onde se sabe – como secretários de Estado e do município de Curitiba. Incrível! Extraordinário! Querendo ser São Paulo, o estado acordou Maranhão. Como já dizia aquele espanhol que nunca se aposentou, cuidado com o sono e o sonho da razão. Ele pode produzir o mais verdadeiro retrato de si mesmo.

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