Fonte: Lúcia Guimarães em “O Século das Luzes de Mark Twain” in O Estado de São Paulo, 16 de outubro de 2010.
Em um lindo artigo sobre a publicação da autobiografia de Mark Twain, organizada por Robert Hirst, a sair no mês que vem nos Estados Unidos, Lúcia Guimarães pergunta o que faria Mark Twain diante do fenômeno Sarah Palin. “Assim como denunciou a escravidão no cativo Jim, que desliza com o menino Huck pelo Mississippi a bordo de uma jangada, Twain, quem sabe, inventaria um pescador de salmão no Alasca para expor a celebração do obscurantismo analfabeto? Na ausência de ficção contemporânea que exponha a regressão cultural em curso, a voz de Mark Twain é o antídoto para este outono da insensatez ianque” (fonte: Lúcia Guimarães in O Estado de São Paulo, 16/10/2010).
Mark Twain também foi objeto de um belíssimo estudo de Sergio Paulo Rounet que fecha com chave de ouro sua obra-prima em dois volumes “Os Dez Amigos de Freud”. Sobre a imortal de Twain, diz Rouanet:
“...Tom Sawyer é o menino arquetípico, universal, ainda sob o império do princípio do prazer, que não sabe distinguir entre o jogo e a realidade, mas que por isso mesmo não conhece limites ao desejo e acaba realizando todas as suas fantasias: a riqueza, pela descoberta de um tesouro; o amor, pela conquista de Becky, e a imortalidade, porque triunfa da morte ao assistir à sua própria cerimônia fúnebre.”
Sergio Paulo Rouanet no capítulo 10, “Despedaçando Corpos, Morrendo de Rir” do v. 2 de “Os Dez Amigos de Freud”. São Paulo: Cia. das Letras, 2003, p. 290.
Lindo.
ResponderExcluirDe volta. sabe que este texto e as palavras de Mark Twain me impressionaram? A ideia de tanque vazio é uma boa metáfora para mim. Estou como um tanque vazio.
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