terça-feira, 23 de novembro de 2010

PALAVRAS CRUZADAS

Richard Burton e Elizabeth Taylor em 1965. Fotografia Cordón Press in El País, 23 de novembro de 2010.

“Ele era um galês rude com fama de ser um amante irresistível, ardente e bebedor de primeira, que viu Elizabeth pela primeira vez em 1953, durante sua primeira viagem à Califórnia. Ele tinha 28 anos, ela 21. “A mulher mais incrivelmente independente, bela, distante, remota e inacessível que eu já tinha conhecido”, recordava Burton. Não se voltaram a ver até nove anos depois, nas filmagens de Cleópatra. “Ela era viciada em fazer dramas, às brigas e reconciliações, em derrubar portas. Foi impossível para ela renunciar ao que encontrou em Burton”, confessou o terceiro marido de Taylor, Eddie Fisher, quase imediatamente abandonado.

Eles se converteram então em Liz e Dick e viveram anos intensíssimos. Ele passou de um ator britânico respeitado a uma celebridade internacional. Ela já era o que era. Mas o melhor acontecia na intimidade. “Não nos cansávamos nunca um do outro. Até com os paparazzi dependurados nas árvores, até escutando seus passos no telhado, podíamos fazer amor, jogar Scrabble [palavras cruzadas] e formar palavras indecentes, e nunca terminava a partida. Se te excitas jogando Scrabble, então é amor”, confessou Elizabeth Taylor. Nunca deixaram de amar-se. Ela disse: “Quando podíamos ser Richard e Elizabeth, o casamento funcionava maravilhosamente bem. O que não funcionava era Liz e Dick, porque eram duas pessoas que não existiam na realidade”. A última vez que se falaram foi pouco antes da morte de Burton. Ela tinha acabado de sair de uma clínica de desintoxicação e ele a viu em uma fotografia de jornal. Falaram pelo telefone, ficaram de se ver em Londres e ele se despediu com as palavras: “Adeus, amor” ”.

Fonte: Rocío García sobre o lançamento do livro El amor y la furia (La verdadera historia de amor de Elizabeth Taylor y Richard Burton), do jornalista Sam Khasner e da biógrafa Nancy Schoenberger, que acaba de ser publicado na Espanha pela editora Lumen in El País, 23 de novembro de 2010.

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