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terça-feira, 24 de maio de 2011

PRENDAM O FACEBOOK


Fonte: Thomas L. Friedman, The New York Times in O Estado de São Paulo, 23/5/2011.

O genial Ben Schott decidiu construir um gráfico no The New York Times de domingo que é um primor de informação reduzida à sua essência. Ele compara o período de tempo que durou a presidência em diversos países do mundo de 1977 até 2011. Lá está o Brasil com seus 9 presidentes neste período, enquanto a Síria, por exemplo, tem o mesmo número que Cuba, China e a Coréia do Norte: 2. A Rússia e ex-União Soviética aparece com 5. Israel, para desespero de seus vizinhos, aparece com 10. A campeã, incrível, é a Líbia, em que o fascista de camelo do Kadafi aparece como único presidente em todo esse período de tempo. Não deixa de ser revelador que este reles ditador seja o Ideal do Eu de certa esquerda – é que ele conseguiu realizar a fantasia da imortalidade no poder. Pobre Fidel. Era para ser dele o troféu. Tadinho do velhinho. Mexeram no queijo dele.

Fonte: Ben Schott in The New York Times, 22/5/2011.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

GRADIVA

Yaqueline Lugo por Gorka Lejarcegi in El País, 16 de agosto de 2010.

Lola Galán traz no El País a história de Yaqueline Lugo, nascida em Cuba há 31 anos e caixa de supermercado em Colmenar Viejo, a 30 km. ao norte de Madri. Essa mulher trocou o inferno socialista pelo paraíso capitalista. Essa linda cubana, que fez o caminho inverso dos conquistadores espanhóis, querendo o novo, a capital, Madri, teve que ir morar a 60 km. dela, na serra norte, em Bustarviejo. Querendo um marido no trabalho, ela descobre que não há trabalho para seu marido espanhol de 56 anos, demitido de uma empresa de transporte desde setembro de 2008. Querendo filhos, lhe dói mais essa renúncia em nome de uma “crise” que ela percebe só valer para alguns. Querendo trabalho digno, teve que aceitar um contrato aviltante de uma “jornada móvel” de no mínimo 70 horas por mês e, no máximo, 140 horas – ou seja, ela nunca sabe quanto tempo ficará em casa, cada dia reserva uma surpresa – ora agradável, ora desagradável. Querendo debater as condições de trabalho nessa Europa filha do Iluminismo, organizou o primeiro comitê sindical neste supermercado filho da puta. Resultado: foi demitida com a justificativa padrão “foi a crise”. Ela, nada boba, nada quieta, nada medrosa, levou seu problema à Justiça, recorreu ao Ministério do Trabalho, ganhou. Voltou ao trabalho pela força da lei, agora com horas livres garantidas para a atividade sindical. Porém, para Yaqueline basta. Dessa terra prometida ela já não quer mais saber. Como viver em um paraíso que exige o silêncio e o medo para funcionar? Ela diz, ela, humana, fala, ela, gente, não coisa, não resto, não mercadoria, deseja: “Carencias tiene Cuba. Pero es mejor eso que la tortura de vivir en la abundancia de aquí sin acceso a ella” [“Cuba é uma carência só, mas pelo menos é melhor do que essa tortura de viver na abundância daqui sem ter nenhum acesso a ela”] . Que coisa mais linda! Ela, ao avesso do que querem lhe convencer, avessa a toda propagandaiada da tv, papagaiada xarope vinte e quatro horas por dia, quer voltar para Cuba. O marido, com uma filha de outro casamento e família na Espanha, não quer. Yaquelín, linda, querida, responde: “Pero sé de todas todas que yo le convenzo” [“Com jeitinho, eu lhe convenço, logo logo”]. Que cubana adorável! Que mulher mais linda! Gradiva!