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quinta-feira, 9 de junho de 2011

O FERRO VEM AÍ

Fonte: Marli Lima e Daniele Madureira in primeira página do Valor, 8/6/2011.

Dois dias depois do anúncio do leitor digital Nook nos Estados Unidos, aparece em destaque no Brasil esta notícia de que a Electrolux vai começar a fabricar ferros de passar roupa em Curitiba. Não é um resumo da ópera estupendo isso? Ferros de passar roupa!! Sensacional! É a nossa resposta aos norte-americanos. Ao Nook, o ferro! Mas espere um momento. “Nossa” resposta? A Electrolux é sueca? Como assim? Ai, ai, ai, ai, ai.

sábado, 9 de abril de 2011

APAVORANTE

Fonte: primeira página do jornal O Globo, 9/4/2011.

Em meio ao horror de Realengo, a repórter Bette Lucchese do Jornal Nacional foi entrevistar o professor Luciano Anderson Faria que, com suas decisões, com suas palavras e com seu corpo, fazendo força com o pé na porta fechada para que o assassino não entrasse na sala de aula, salvou a vida da turma inteira de 40 alunos. E o professor Luciano falou o seguinte àqueles que sobreviveram:

“Queria pedir que eles tivessem muita força nesse momento e que eles continuassem acreditando no trabalho dos professores da equipe da escola e que a gente, juntos, reunidos, nós vamos conseguir resgatar o que a escola é pra gente, uma família, um lugar de formação da cidadania e um lugar de paz, de conhecimento, de aprendizagem, um lugar que resgata pessoas para a sociedade” (fonte: entrevista de Luciano Anderson Faria a Bette Lucchese no Jornal Nacional de 8/4/2011).

Eu gostaria de dizer ao professor Luciano que me emocionei demais com seus atos e com seu depoimento. Eis aí um professor de escola pública brasileira. Um professor que fala em equipe, que fala em formação de cidadania, que fala em conhecimento, que fala em resgatar pessoas para a sociedade. Eis aí uma escola com 40 alunos numa turma. Não 70, não 200, não 300. Quão longe estamos do que a educação se transformou no Brasil: numa mercadoria cara, voltada à uma formação pobre e precária para uma entidade chamada “mercado”, um lugar de segregação e de pregação doutrinária de um único pensamento, o de se dar bem, ser um “vencedor” acima de tudo e de todos, os outros vistos como perdedores, aqueles que “não servem mais”, os restos a serem descartados, demitidos, cortados como se fossem cebolas, a sociedade como um lugar que não interessa, o Estado como inimigo feroz, o conhecimento transformado numa coleção de dicas e técnicas, “macetes” para “chegar lá” na frente dos outros, qualquer teoria combatida duramente em favor da “prática” burra, a pior prática, aquela que se pretende isenta de teoria, aquela arrogante, besta, totalitária, que se julga “sem ideologias”, como se isso fosse possível, e a ausência total de pesquisa – custa muito caro, não é mesmo? Mais barato é copiar, é papagaiar, é gritar frases feitas, é motivar com mantras, é seguir a boiada, sem sequer perceber que há um guia, há um guru, há um líder, essa é a palavra da moda, lucrando horrores com essa manada passiva, manada dopada, a definitiva tropa de elite, ajoelhada e rezadora, daí o impedimento a qualquer investigação crítica que possa revelar essa impostura, somente a ignorância abissal das mensagens estúpidas, de uma formação irrelevante, tosca, uma formação desumana, só técnica, a técnica acima de tudo – já que o humano pensa, não é mesmo, e pensar está definitavamente proibido, censurado, boicotado de todas as formas, o avesso em suma do que se pode chamar de educação. Em meio à tragédia, encontrar o professor Luciano foi uma epifania. Rara, luminosa, essencial. Muito obrigado, professor Luciano. Com o senhor, o Brasil é um país que deu certo. Já o outro Brasil não pode mais ser chamado de Brasil. É uma outra coisa, não mais sociedade, não mais país, não mais nação. Não é só o assassinato de 12 crianças que assusta. Apavora o assassinato de milhões delas todos os dias, lentamente.

segunda-feira, 28 de março de 2011

RUMO À ESTAÇÃO ISSO

A escritora libanesa Joumana Haddad em fotografia de divulgação.

No indispensável Ela do jornal O Globo do último sábado, a imprescindível Bety Orsini trouxe pela mão Joumana Haddad. Olha, eu não peço mais que imitem o Ela. Só peço que o imprimam igualzinho. Que os jornais casmurros de São Paulo o façam – afinal de contas o jornal do futuro já não traz só para os leitores da capital o suplemento The New York Times? Ora, ora, o que é este suplemento comparado ao Ela? Nada. Que meu Diário da Manhã de Carazinho o faça. Já imaginaram o que será de Carazinho com Ela? E que Curitiba um dia viva para sempre com Ela. Curitiba com Ela seria uma epifania. Para uma cidade acostumada com a importação de colunistas e artigos de São Paulo – seria o eco da antiga província em relação à capital? - imprimir o Ela inteiro não custa muita coisa, custa? No mínimo seria trocar São Paulo pelo Rio de Janeiro. Que alívio! Bom, como eu estava dizendo antes de sonhar, esta querida Joumana Haddad, esta linda libanesa, dengosa autora do recém-lançado “Eu matei Sherazade” (editora Record), falou muitas coisas. Falou de sua infância triste, do colégio de freiras em que passou 14 anos enfurnada onde ela brilhantemente resumiu todo o ensino que recebeu em uma frase: “Agora você executa as ordens, depois, enventualmente as contesta”. E aí ela fala de seu encontro com Sade, com “Justine”, e do modo como essa leitura foi seu batismo na subversão. A entrevista termina com Joumana dizendo que ser árabe hoje significa “dominar a 'arte da esquizofrenia', significa que você tem que ser hipócrita, que sua vida, suas histórias têm de ser abafadas, tolhidas e codificadas: reescritas para agradar aos guardiões vestais da castidade árabe, para que estes possam ficar sossegados em relação ao fato de o delicado hímen árabe estar protegido do pecado, da vergonha, da desonra ou da mancha”. Ela disse muito mais, mas aí remeto o leitor ao jornal. Lembrei muito de Joumana ao ler a ótima reportagem de Neil MacFarquhar no The New York Times sobre a sombra do ditador derrubado, do ditador caído, do ditador vencido no cotidiano do Egito pós-Mubarak. A reportagem veio ilustrada com essa fotografia sensacional do metrô do Cairo - ver abaixo. A pergunta que MacFarquhar lança é o que fazer da sombra de um ex-ditador? Pois eu refaria a questão de outro modo. Se para Joumana o encontro com Sade foi decisivo, para mim foi com Freud. Freud viveu atravessado, dividido, partido ao meio com a descoberta surpreendente que não basta matar Sherazade nem tampouco destruir as estátuas do ditador ou apagar seu nome no metrô. Isso é fichinha perto da tarefa árdua, difícil e trabalhosa de dobrar um outro ditador chamado Supereu. Este não habita o mundo lá fora, mas está internalizado, está nas entranhas do sujeito, é a base em que se alicerça os fundamentos de sua razão – daí Lacan ter escrito o memorável “Kant com Sade” (presente em seus “Escritos”, publicado no Brasil pela Jorge Zahar). Que a razão esteja contamidada pela radiação do Supereu, que esteja danificada, que não fique nada razoável com a presença deste corpo estranho, desses pensamentos estranhos, dessa voz implacável e muitas vezes cruel, traz para o debate algo que ultrapassa a mera revolução das ruas ou a troca de colégio ou a abertura das pernas. Há uma outra subversão à espera do sujeito. Como operar uma transformação de si mesmo longe de si mesmo? Este é o convite da psicanálise. Das ruas à análise. Não que a revolução das ruas não seja necessária. Porém, a estação análise exige outro tipo de ato. Um ato de separação, um ato de perda, um ato de adeus a si próprio. Onde Isso era, Eu deve ser. Só que este Eu que vai para a estação Isso já não pode ser chamado de Eu. Quem chegou não é o mesmo que partiu.



Um passageiro do metrô na estação Mubarak, embaixo da praça Ramsés, no Cairo. Um grupo de revolucionários apagou o nome da estação do mapa do metrô e substitui-o pelo nome “Jan. 25 Mártires”. Trabalhadores logo apagaram esse nome também. Fotografia de Ed Ou para o The New York Times, na reportagem de Neil MacFarquhar, “Hosny Mubarak's Shadow Sill Falls Over Egypt” em 25 de março de 2011.

quinta-feira, 10 de março de 2011

CARTA AO GOVERNADOR

O governador do Estado do Paraná, Beto Richa, cumprimentado pelo ator Ary Fontoura no Camarote da Brahma no Sambódromo do Rio de Janeiro. Fotografia de Jader da Rocha publicada na coluna de Reinaldo Bessa in Gazeta do Povo, 8/3/2011.

Prezado governador Beto Richa,

Escrevo-lhe com o propósito do debate. Me incomodou vê-lo, neste carnaval, vestido com a camiseta da Brahma em um dos camarotes da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Sei das intenções desta empresa em deixar Curitiba e até de deixar o Paraná à procura de menos impostos. Sei também que o senador e ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves, também vestiu a camiseta da cervejaria Devassa, nesta mesma noite de carnaval. Também sei do acontecido com o ex-presidente Lula que aceitou o “cachê” de 200 mil reais para “motivar” vendedores de televisão LG em evento recente. Porém, senhor governador, na hora lembrei de um livro não muito conhecido que se chama “Os Dois Corpos do Rei”, do genial historiador judeu alemão, Ernst Kantorowicz, publicado no Brasil pela Cia. das Letras. Nesta obra magistral, Kantorowicz esclarece que um Rei não tem apenas um corpo, mas dois. Há o corpo pessoa física, digamos assim, o corpo profano, o corpo do espaço íntimo, privado, familiar, e há o corpo pessoa jurídica, o corpo sagrado, o corpo público, o corpo que encarna a representação do poder que lhe foi outorgado. Se é verdade que o corpo profano está sujeito às paixões da carne e da fantasia individual, é um corpo que pode adoecer, o problema é o corpo sagrado. Esse corpo não dorme, esse corpo não descansa, esse corpo não tira férias. E é nesse sentido que a questão importuna: entendo sua busca de objetividade, clareza e definição junto a uma das maiores empresas do mundo, ou seja, os empregos que isso representa, os tributos, enfim, tudo aquilo que afeta um Estado como o Paraná. Porém, o senhor já veste uma camiseta, a de governador do Estado do Paraná. Por que colocar por cima dela a camiseta de uma empresa nem mesmo nacional? Para terminar, Bernardo Mello Franco trouxe na Folha de São Paulo do dia 5 a notícia de que um grupo de executivos desiludidos com o PSDB e com o DEM articula o lançamento de uma legenda sem políticos, o Partido Novo, com a promessa de uma “gestão empresarial” na política. Ora, senhor governador, percebo que o senhor trouxe com sua eleição já na época de prefeito esta marca de uma nova política para o Paraná, não mais a política do pior paternalismo, do pior intervencionismo do Estado, mas sim a do dinamismo de alguém com novas ideias e novos projetos, essa espécie de “gestão empresarial” aí anunciada. Sinceramente eu desejo não só que o senhor acerte, mas também que o Partido Novo consiga se estabelecer. Nada vejo de errado em querer trazer o melhor da gestão empresarial para o Estado. Ao contrário. Penso que o Estado só pode se beneficiar disso. Por outro lado, me preocupa a ideia ingênua e perigosa de que para fazer isso seja necessário excluir “os políticos”, deixando presente só “os empresários”. E é justamente aí que me parece residir o problema de vestir a camisa de uma empresa. Uma empresa representa apenas o interesse de um pequeno grupo de acionistas – por mais pulverizado que seja o número deles. Um Estado é diferente. Ele não foi feito só de duas ideias fixas, a de lucrar mais e gastar menos. Há, por exemplo, na formação de um Estado a importante ideia de formar cidadãos – e isso é muito diferente de formar consumidores. Este mesmo camarote que o senhor esteve só existe hoje graças a um projeto político que foi impiedosamente combatido pelas maiores empresas do Brasil e do mundo, entre elas a Rede Globo de Televisão. Xingaram o ex-governador Leonel Brizola de tudo. Riram de Brizola, fizeram campanha contra Brizola, ridicularizam do início ao fim a construção de uma passarela para o samba. E Brizola, contra tudo e contra todos mas, principalmente, contra essa ideologia da “gestão empresarial”, construiu o Sambódromo. O problema da política não está nos políticos, mas sim em quem tenta isolar dela esse corpo sagrado do público, de uma República, da ideia maravilhosa de um lugar fixo, permanente na cidade que preserve sua cultura, sua educação, as raízes do futuro de uma nação. É por isso, senhor governador, que lhe faço estas observações. Cuidado com o corpo sagrado da política. Ele é muito precioso. A política ainda é o espaço onde podemos debater, discordar e fundar novas ideias. Em uma empresa, os donos podem fazer isso – aos empregados, cabe obedecer. Inclusive quando recebem o aviso de demissão.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

MEU PARANÁ

Fonte: Silvia Amorim in O Globo, 17 de janeiro de 2011.

Depois da tragédia, o Paraná. Na calada da noite de 2010, no apagar das luzes de um ano moribundo, eis que o sr. Roberto Requião, líder do PMDB Velho de Guerra, aquele PMDB de raiz, de lutas, de princípios e o sr. Álvaro Dias, líder de um PSDB porta-voz no Jornal Nacional de todas as críticas ao governo do PT, a um Lula estatista, gastador, perdulário, eis então que uma estranha pororoca aconteceu: estes homens se juntaram, se fundiram, viraram um só – ao lado de outros sete ex-governadores ou viúvas de ex-governadores do Paraná, como por exemplo o surpreendente Jaime Lerner – fantástico, Requião e seu arqui-inimigo enfim sós!! O Paraná poderia parar por aí. Não parou. Meu Paraná não para. Um dia ele quer chegar lá! Há uma terceira água a desaguar nessa catarata. Trata-se do atual ocupante do Palácio Iguaçu. Como que para fazer jus ao nome do rio, este vem forte, caudaloso, audaz. Nem bem foi empossado novo governador do Paraná – e futuro membro desta confraria – eis que o governador Beto Richa nomeou sua mulher, seu filho mais novo e seu irmão – até onde se sabe – como secretários de Estado e do município de Curitiba. Incrível! Extraordinário! Querendo ser São Paulo, o estado acordou Maranhão. Como já dizia aquele espanhol que nunca se aposentou, cuidado com o sono e o sonho da razão. Ele pode produzir o mais verdadeiro retrato de si mesmo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

GEOGRAFIA

Fotografia de Bill Brandt.

Morretes, pequenos morros.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

À BEIRA

Em Morretes, a data incerta, o fotógrafo desconhecido.

Gradiva.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

LITORAL

À beira do Nhundiaquara, em Morretes, as candidatas do concurso Miss Litoral 2009 – Micheli Sichireri (Antonina), Vanessa Mensch (Guaraqueçaba), Viviane Bianchi (Guaratuba), Manoela Leal (Matinhos), Priscila Rosa (Morretes), Vanessa Lessa Vieira (Paranaguá), Milena Kowalski (Pontal do Paraná) por André Reu/RPC em 4 de fevereiro de 2009.

“(...) viram pela janela que estava caindo uma chuvinha de minúsculas flores amarelas.”

Gabriel García Márquez in Cem Anos de Solidão. São Paulo: Folha de São Paulo, 2003, p. 132. Tradução de Eliane Zagury.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

VOCÊ JÁ FOI A MORRETES, NÊGA? ENTÃO VÁ


Fotografia de Ryan Rafferty na coluna dos leitores “Why we travel” do caderno Travel in The New York Times, 14 de novembro de 2010.

Morretes apareceu no The New York Times! Do jeito que ela merece ser mostrada, isto é, de passagem, de relance, de viés, misteriosa, brumosa, querida Morretes, onde nunca se chega, mas se tenta, de trem, de bicicleta, a pé, se passeia, se toca, se bóia, se vagueia, cidade encantada, serra adentro, mato e morro, a vida naquele rio Nhundiaquara, rio que significa furo, buraco, ai, ai, ai, e aquele barro gostoso, barreado, o carnaval tão querido de suas meninas, todas cheirosas, Morretes.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

REUNIÃO

Fonte: fotografia de Gustavo Miranda in O Globo, 6 de outubro de 2010.

Na maravilhosa fotografia de Gustavo Miranda no Globo de hoje, reencontro o ex-governador do Paraná, Roberto Requião. Ele não foi o único sem gravata, sem paletó, havia mais gente lá assim, mas na fotografia Requião não é uma Maria-vai-com-as-outras. Pelo contrário, enquanto uma parte se volta para o espelho-Lula, o espelho-Narciso, o ideal almejado, o ideal perseguido, o ideal a ser alcançado – é claro, Lula foi o grande vitorioso deste primeiro turno, alguém duvida? – Requião olha para o fotógrafo, olha para esse lugar-outro, fora do espelho, fora do lago, mas no tapete vermelho. Aliás, não há ninguém pisando fora do tapete vermelho. É o tapete mágico da política, o tapete dos sonhos, o tapete do poder. Porém, fiquei triste quando vi, no aeroporto de Curitiba, Roberto Requião caminhando para Brasília. O tão poderoso governador do Paraná já não era mais governador, o tapete vermelho já não era tapete, o vermelho já não era muito vermelho. Agora, quanta diferença entre Requião e esse vizinho que me parece ser o senador recém-eleito pelo Ceará, Eunício Oliveira. Há uma abismo aí. E um problema de matemática. Ontem mesmo, a candidata Dilma Roussef disse que ninguém sai, só entra na campanha dela – e falou em adição. Ora, como somar Roberto Requião com Eunício Oliveira? Eu até entendo somar Roberto Requião com Ciro Gomes, que, felizmente, foi chamado para participar da coordenação da campanha de Dilma. Roberto Requião e Ciro Gomes somam, fazem diferença, não são chatos, não são previsíveis, não são vaquinhas de presépio. Agora, os demais aliados, o resto, como realizar uma soma dessas? Coube a Lula fazer isso. E esse foi o maior mérito de seu governo. Conciliar o inconciliável, reunir o não-reunível, transformar diferença em trabalho. Que Dilma não esteja presente nesta fotografia é uma falsa impressão. Dilma está em Lula, condensada, ao modo do sonho, misturada, é ela ali como Lula. Esse, aliás, o maior erro de José Serra no primeiro turno. Uma de suas musiquinhas dizia, “sai o Lula e entra o Zé”. Ora, com Dilma Lula nunca vai sair. Eis aí o inconsciente à mostra em sua frase, não sai ninguém, só entra. Maravilhosa frase que fala de um desejo, fala desse impossível necessário, desse impossível fundamental que é o de tentar o ideal, se aproximar dele, a adição dos contrários, a adição dos diferentes, o que, em suma se chama um país.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

MEU PARANÁ DE PÉ

Fonte: Fernando de Barros e Silva in Folha de São Paulo, 1º. de outubro de 2010.

Pois é. Xingaram Beto Richa de Mané, de censurador, de playboy, de piá do prédio, de líder obscurantista, atrasado, figura tacanha, de autoritário. E não é que o Mané, o censurador, o playboy, o piá do prédio, o líder obscurantista, a figura tacanha e o autoritário estava certo? Beto Richa não derrotou apenas Lula. Beto Richa derrotou os “espertos”, os “livres”, os “iluminados”, os “democratas” dos “institutos de pesquisas”. Parabéns a Beto Richa. Viva o Paraná.