segunda-feira, 16 de maio de 2011

O DEMÔNIO DO SEXO

“Inteligência, prestígio, poder – Um homem de grande destino queimado pelo demônio do sexo”
Fonte: Bernardo Valli in La Repubblica, 16/5/2011.


Cada país noticiou a prisão espetacular do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, por crime sexual (estupro) contra uma camareira de um hotel de Nova Iorque à sua maneira. Mas ninguém supera a Itália quando se trata de sexo. Só lá você vai encontrar o “demônio do sexo” à solta! Sensacional!! É claro que, se estivéssemos na Grécia, o demônio significaria outra coisa, como em Sócrates por exemplo – ali, “daimon” quer dizer uma força superior ao sujeito. Na Itália não. Não se vive ao lado do Vaticano de graça. Demônio na Itália quer dizer o tinhoso, o arrenegado, o pimenta, o maligno, o cujo, o tição, o cão, o coisa-à-toa. Alguns detalhes picantes retirados da reportagem do enviado especial do La Repubblica, Angelo Aquaro: aconteceu quando a camareira da suíte imperial do 28o. andar do sofisticadíssimo Sofitel de Times Square, de 32 anos, negra, foi chamada para limpar o quarto “vazio”, porém, surpresa, apenas tendo adentrado nesta câmara ardente, sai do banho, nu em pelo, este Mr. Jones com o diabo no corpo, sem Prada nas vestes, com o tridente à vista, já caindo literalmente sobre ela tentando sodomizá-la primeiro, ela lutou, saiu correndo, ele a pegou de volta – o diabo não descansa – e aí fez ela se ajoelhar e a rezar pela sua cartilha, sejamos explícitos – noblesse oblige – a obrigou a provar da maçã. O demônio do sexo, tal qual Lucrécia, saciado sim, satisfeito nunca, foi embora temporariamente. Instalado confortavelmente na primera classe do voo da Air France para Paris, ei-lo retirado à força do avião e obrigado a prestar contas – logo ele, aquele que cobra as contas dos devedores, dos pactantes – à polícia de Nova Iorque. Do paraíso à delegacia de polícia. Haverá lugar mais simbólico para um diretor do FMI se explicar?

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