Fonte: The Economist, 20 de janeiro de 2011.
O quadro acima é muito interessante. Mostra o número de prêmios Nobel por país ganhador e, em uma brincadeira ótima da The Economist, pelas principais universidades norte-americanas e uma inglesa. Lá está os Estados Unidos com seus 209 ganhadores de Nobel, seguido de longe pela Alemanha com quase 80 ganhadores, aí a Inglaterra e aí Harvard na frente de França! Sensacional! Os franceses devem estar se contorcendo de raiva! Mais engraçado é ver Cambridge na frente da Rússia!! Aqui já não é tão engraçado – o cripto-fascista do Putin deve estar já de mapa em punho analisando quais são as opções militares, as únicas que ele conhece. Conhece? Pois é, esse é um dos principais problemas do tiranossauro em questão...E o Brasil? Pois o Brasil não tem nenhum ganhador de Nobel, o que é uma tremenda injustiça – demonstração cabal da mais completa ignorância e estupidez dos membros da Academia Sueca que escolhe os ganhadores – pois quem teve um cientista do porte do Dr. Carlos Chagas, o único pesquisador do mundo a descobrir todo o ciclo de uma doença, no caso a doença de Chagas, a anatomia patológica, a epidemiologia, a etiologia, as formas clínicas e os meios de transmissão, então, por que o doutor Chagas não ganhou o Nobel? Porque o Brasil não existe para essas bestas quadradas do hemisfério norte. Isso sem falar das desgraças dos nóbeis de literatura. Ou alguém em sã consciência pode dar um Nobel para Mario Vargas Llosa sem nunca ter dado um Nobel para Jorge Amado, para Érico Veríssimo, para Guimarães Rosa, para Machado de Assis, para Manuel Bandeira - só para ficar nos elementares? Bom, mas voltando à vaca fria, ao balde de água gelada que é essa estatística cruel, eis ali Harvard no topo. Harvard é hoje o ideal do eu de toda universidade que se preze – sim, pois há as universidades que não se prezam, mas isso não é o tema de hoje. Recentemente passou um filme muito bacana sobre Harvard que é “A Rede Social”, candidata ao Nobel do cinema, o Oscar – outra injustiça com os brasileiros – por que “O Pagador de Promessas” nunca ganhou um Oscar? Por que “Bye Bye Brasil” também não? E aquele maravilhoso “Mulher Objeto” com a inesquecível, a maravilhosa Helena Ramos – aquelas coxas não mereciam mais de um Nobel? Ignóbeis! Bom, mas “A Rede Social” mostra algo fundamental: a melhor universidade do mundo não é nada sem o desejo do aluno. O que fez aquele pobre diabo inventar o facebook? Foi a vontade de aplicar os conhecimentos obtidos nas aulas maravilhosas, foi a vontade de ganhar milhões, foi a vontade de virar capa da Time – coitado –, foi a vontade de se aposentar sem mamar na teta do Estado? Não. Foi o fora da namorada, foi a perda do amor de sua vida. Como dizia aquele filósofo brasileiro, o Totó, “punto e basta”. Foi a angústia de se deparar com a não-relação sexual, a impossibilidade de fazer contato – me lembrei do “ET” vendo o filme, só que o diretor da Rede Social é muito melhor que o Spielberg – este ET nunca vai voltar para casa. Essa é a tragédia em questão. Não há bicicletinhas voando no final. Há a perda, há o desnorteamento, há a ausência, há a dor. Grande final – não vou contar para não atrapalhar. Mas aquilo que ele não vê na tela do computador é o que não pode ser ensinado em uma universidade. À análise, senhor Zuckerberg. Sete sessões por semana. Como? Em dólares, é claro.
Querido Ferrari,
ResponderExcluirAmanhã, na GNT, as 23h irá ao ar uma entrevista com Slavo Zizek ele falará de Harvard.
abraços